terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Três mulheres da mesma família são mortas a facadas em Cunha Porã, no Oeste de SC

Uma mulher de 23 anos, uma adolescente de 16 anos e uma criança de apenas 12 anos foram mortas a facadas na noite desta segunda-feira em Cunha Porã, no Oeste de Santa Catarina. Juliane Horbach, Rafaela Horbach e Fabiana Horbach eram irmãs e estavam dentro da casa em que moravam, na Linha Sabiazinho, por volta das 21h30min, quando o suspeito de 24 anos invadiu a residência e matou as jovens. Segundo o Corpo de Bombeiros, o autor do crime seria ex-companheiro da adolescente. Os dois tinham um filho de apenas três meses que estava no local no momento do crime, mas foi encontrado sem ferimentos no berço. 
Além das mulheres mortas, o esposo de Juliane, Giovanni Maia, de 25 anos, também se feriu. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional de São Miguel do Oeste onde segue internado. 
Já o suspeito, com passagens pela polícia e sem identidade confirmada, foi encontrado pela Polícia Militar (PM) por volta da 1h15min fora da cidade. Conforme as informações, o homem saiu da residência e foi até o hospital da cidade. Como estava muito ferido, ele foi transferido para o hospital municipal de Cunhataí, onde segue em estado grave. 
Conforme o relatório da ocorrência redigido pela PM da cidade, o crime teve motivação passional, provocado por ciúmes e deve ser enquadrado como feminicídio. Outros detalhes da ocorrência ainda não foram divulgados. 

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Nasa encontra compostos orgânicos em planeta-anão

Análise indica que material se formou no asteroide, não externamente

WASHINGTON, EUA. Ceres, um planeta-anão conhecido por ser o maior corpo de um cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, parece ter material orgânico formado no próprio asteroide e vindo de origem externa, a bordo de um cometa ou de outro asteroide, por exemplo. A descoberta foi feita com análise de material coletado pela sonda Dawn, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), que chegou à superfície de Ceres em 2015 e ainda permanecerá mais cinco meses por lá.
Para esse estudo, a sonda analisou uma área de cerca de 1.000 quilômetros quadrados ao redor de Emutet, uma cratera de cerca de 50 quilômetros de diâmetro, de acordo com informações do “El País”. Os pesquisadores encontraram compostos orgânicos alifáticos (blocos de construção baseados em carbono que podem ter um papel na química que permite a presença de vida) que tiveram origem em Ceres. A análise mostra que se o material tivesse chegado com um asteroide, não teria sobrevivido às altas temperaturas do choque. A distribuição pela superfície também sugere origem no próprio planeta-anão. O estudo foi publicado na revista “Science”.
O material coletado não permite determinar exatamente quais substâncias formam o composto. No entanto, os cientistas já sabem que há combinações de minerais semelhantes ao alcatrão, à cerite ou à asfaltite.
Além dos compostos orgânicos, cientistas também já indicaram a presença de água nas crateras de Ceres, elemento considerado essencial para que haja vida. Segundo uma pesquisa publicada em dezembro, Ceres concentra água congelada nas regiões mais escuras. Em 2014, os cientistas anunciaram a presença de vapor de água no planeta.
Michael Küppers, do Centro de Astronomia Espacial da Agência Espacial Europeia, perto de Madri, destaca a importância desse achado num artigo que acompanha o estudo. “Dado que Ceres é um planeta-anão que ainda pode conservar parte do calor interno gerado durante sua formação, e, talvez, tenha um oceano subterrâneo, existe a possibilidade de que possam ter surgido formas de vida primitivas”, afirma.
A pesquisa pode ajudar a entender como os primeiros organismos sugiram na Terra e até no Sistema Solar. Uma das hipóteses é que os componentes para a vida no nosso planeta tenham chegado em corpos externos.
Mesmo com as descobertas, Ceres ainda não deve ser a “Terra 2”, a zona habitável fora de nosso planeta que os cientistas procuram. “Ceres tem gravidade bem baixa, não possui atmosfera e tem uma temperatura média de cerca de -100º C. Portanto, é bem baixa a chance de que qualquer tipo de vida, mesmo que microscópica, venha a evoluir num ambiente inóspito como este, pelo menos nos padrões que temos como referência”, disse Rundsthen Nader, astrônomo da UFRJ, ao Uol.


FLASH

Aspecto. Descoberto em 1801, Ceres já foi classificado como planeta e é tido como planeta-anão desde 2006. Sua superfície é escura, arredondada e cheia de crateras. O núcleo, provavelmente, é rochoso.

Horário de verão termina à 0h de domingo; relógio deve ser atrasado em 1 hora

Após os quatro meses em vigor, termina à 0h deste domingo (19) o horário de verão. Quem estiver nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deve atrasar os seus relógios em uma hora.
O horário de verão começou a valer em 16 de outubro do ano passado. O objetivo da medida é permitir um aproveitamento maior da luz solar durante o verão, e reduzir o consumo de energia em um dos horários de pico de demanda, que ocorre por volta de 18h.
A previsão do Ministério de Minas e Energia era que o horário de verão 2016/2017 mantivesse a média de redução do consumo no horário de pico em 4,5% e diminuísse em 0,5% o consumo geral de energia. O balanço final da economia durante esses meses, no entanto, só será divulgado na próxima semana.
Apesar de parecer pouco, a energia que deixa de ser consumida nesse período é suficiente para atender a uma cidade como Brasília, que tem 2,8 milhões de habitantes.
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase meio ano - de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932. No verão seguinte, a medida foi reeditada e durou o mesmo tempo da primeira versão.
Desde 1985, o horário de verão vigorou no país todos os anos, mas no passado houve anos em que a medida não foi adotada. A duração também varia, mas, em média, tem sido de 120 dias nos últimos 20 anos. A partir de um decreto 2008, o horário de verão passou a ter caráter permanente.
Em 2016/2017, o horário de verão foi adotado nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo, além do Distrito Federal.

O horário de verão de 2017/2018 começa no dia 15 de outubro.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O que fazer se você perder a CNH

Segunda via do documento, que é de porte obrigatório no País, pode ser solicitada até por aplicativo


É importante saber que o porte da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é obrigatório no Brasil. E o documento precisa ser original, ou seja, não são aceitas cópias nem cópias autenticadas. A lei está descrita no artigo 232 do Código de Trânsito Brasileiro e desrespeitá-la é infração leve com multa de R$ 88,38 e três pontos no prontuário do condutor. Mas e se você perder a CNH?

Seja por perda, roubo, furto ou mau estado de conservação, o motorista pode solicitar a segunda via do documento presencialmente nos postos do Detran de seu Estado ou mesmo online no site dos órgãos. O Detran de São Paulo inclusive oferece o serviço pelo aplicativo, disponível para tablets e smartphones nas lojas virtuais Google Play ou Apple.
Para quem quiser fazer o processo pela internet, é preciso se cadastrar no site do Detran. Via dispositivos móveis, basta baixar o aplicativo e fazer o cadastro. O serviço cobra uma taxa que varia de acordo com o Estado. Em São Paulo, ela é de R$ 41,37 mais R$ 11 do envio pelos Correios, com prazo de entrega de até sete dias úteis no endereço em que a CNH está registrada. No Rio de Janeiro, a taxa é de R$ 135,32.

Vale a pena destacar que a segunda via só pode ser solicitada se o CNH ainda estiver dentro da validade e o condutor não pode estar com o direito de dirigir suspenso ou cassado. E lembre-se que nenhum documento substitui a CNH, nem um Boletim de Ocorrência nem o protocolo da segunda via. É preciso aguardar o recebimento do documento para voltar a dirigir. 

Chuva leva AM a preparar plano contra grande cheia em 2017

Com dois municípios em situação de emergência e cinco em alerta, o Amazonas está elaborando um plano de ação para o caso de ocorrer uma grande cheia no Estado. O trabalho envolve principalmente a Defesa Civil Estadual e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que fazem o monitoramento da região. O governador do Amazonas, José Melo, também participa das discussões e ressalta que, apesar de não haver ainda uma previsão da magnitude da subida das águas, é importante adotar ações preventivas.

"Na verdade, o que estamos fazendo aqui é nos precavendo. Se permanecerem constantes as chuvas que estão acontecendo, nós teremos mais uma grande enchente no Amazonas. Diferentemente das outras, esta vai ser uma enchente que atingirá praticamente toda a Bacia Amazônica, uma vez que o [Rio] Purus já está bastante cheio e o Alto Solimões e Juruá também estão acima da média. Apenas o Madeira ainda está com uma enchente regular. O resto todo está com uma enchente fora do comum", declarou o governador.
As chuvas fortes e acima da média para o período no Amazonas e o aumento do volume de alguns rios já são um indicativo de uma grande cheia, segundo Melo. "Se permanecerem esses níveis, teremos, não só uma grande enchente, mas uma enchente prolongada, o que causa um estrago na natureza muito grande e na questão da saúde também. Por isso, nós estamos aqui com a Defesa Civil e o CPRM, que têm expertise, analisando tudo e já vamos, agora, traçar um plano preventivo para que, se acontecer, nós estaremos preparados para ajudar os ribeirinhos."
Apesar dos indicativos de cheia, a confirmação dessa previsão para o Estado só deve sair no próximo mês, quando o CPRM vai divulgar o primeiro boletim de alerta. "O indicativo, tanto no Rio Amazonas, no Peru, quanto também na calha central, é que deve ser uma cheia acima da média ou talvez uma cheia grande, mas a magnitude dela saberemos somente no dia 31 de março", informou o superintendente do órgão, Marcos Oliveira.
Os municípios de Guajará e Ipixuna, na calha do Juruá, já declararam situação de emergência. Mais de 2,5 mil famílias foram afetadas pela subida das águas nessas cidades. Guajará já recebeu ajuda humanitária e agora será a vez de Ipixuna.
"Os governos do Estado e federal estão indo ao encontro do município de Ipixuna que já decretou situação de emergência e vamos fazer um plano de trabalho detalhado para os outros municípios que ainda estão em situação de alerta e, provavelmente, se continuar com as precipitações e o aumento de volume da calha de rio, entrarão também em situação de emergência" , informou o secretário executivo de Defesa Civil do Estado, coronel Fernando Pires.
 estão em situação de alerta, com possibilidade de evolução para emergência, os municípios de Juruá, Carauari, Envira, Eirunepé e Itamarati.

Assessor de Trump renuncia depois de admitir que mentiu para vice-presidente

Michael Flynn, a principal autoridade na área de segurança norte-americana, renunciou, após mentir sobre o teor de suas conversas com o embaixador da Rússia antes mesmo de Trump tomar posse



Com menos de um mês à frente do governo dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump já enfrenta a primeira crise de gabinete. Michael Flynn, a principal autoridade na área de segurança norte-americana, renunciou, após escândalo sobre uma conversa que teve com um embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kisliak. Trump nomeou o general Joseph Keith Kellogg Jr. interinamente em seu lugar, enquanto inicia os contatos para encontrar um nome definitivo para o posto.

A renúncia de Flynn ocorreu depois de notícias de que ele enganou o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e outros funcionários do governo e mentiu sobre o teor de suas conversas com o embaixador da Rússia antes mesmo de Trump tomar posse. Em carta de demissão, cujo texto foi enviado pela Casa Branca, por e-mail, aos repórteres, Flynn disse que fez vários telefonemas para o embaixador russo durante o período de transição do ex-presidente Barack Obama para Donald Trump. Na carta, ele admitiu que deu "informações incompletas" a Pence sobre essas conversas.

Flynn disse a Pence que não discutiu com autoridades russas as sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, aprovadas pelo então presidente Obama nos dias que antecederam a posse de Trump. Essa garantia dada pelo ex-conselheiro de Segurança Nacional levou Pence a defender Flynn em várias entrevistas à televisão.

Mas, nessa segunda-feira (14), a imprensa norte-americana noticiou que o Departamento de Justiça advertiu a Casa Branca que Flynn não tinha sido totalmente franco sobre suas conversas com o embaixador russo. Para o Departamento de Justiça, Flynn ficou vulnerável a possíveis chantagens de autoridades russas por não ter contato toda a verdade para Pence.

Na carta, Flynn afirmou que fez inúmeros telefonemas a funcionários estrangeiros durante a transição. "Infelizmente, por causa do rápido ritmo dos eventos, eu inadvertidamente informei o vice-presidente eleito e outros com informações incompletas sobre meus telefonemas com o embaixador russo", acrescentou no documento. "Sinceramente, pedi desculpas ao presidente [Trump] e ao vice-presidente [Mike Pence], que aceitaram minhas desculpas".

Flynn era um admirador da candidatura de Trump e, em sua carta de renúncia, procurou elogiar o presidente. "Em apenas três semanas", disse Flynn, o novo presidente "reorientou a política externa norte-americana de maneira fundamental para restaurar a posição de liderança americana no mundo".

O FBI - a polícia federal norte-americana, vinha examinando os telefonemas de Flynn, antes mesmo de ele passar por questionamentos crescentes sobre o conteúdo de suas conversas com autoridades russas. O alerta sobre o risco de chantagem, feito pelo Departamento de Justiça, estaria ligado às tentativas de Flynn de esconder pistas sobre as conversas telefônicas. Porém, para o Departamento de Justiça, os russos têm os registros do que foi falado nos telefonemas e, dessa forma, poderiam chantagear Flynn e expor o verdadeiro conteúdo das conversas caso o ex-conselheiro de Segurança Nacional quisesse fazer algo que pudesse prejudicar a Rússia.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Crimes e mortes disparam no Brasil com crise na segurança e desemprego

Massacres de presos e onda de homicídios gerada por motim de PMs, como no Espírito Santo, indicam aumento da criminalidade e vulnerabilidade da população


O primeiro dia de 2017 foi marcado por um massacre em um presídio de Manaus, que deixou 56 mortos, estarreceu o país e causou repercussão internacional. O que ninguém imaginava é que seria apenas o fio da meada de uma onda de violência que tem deixado os brasileiros amedrontados, com registro de rebeliões em outros estados, motim da polícia, chacinas e outros crimes violentos – homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais que resultam em óbito – além de escancarar o descontrole do sistema prisional brasileiro. Pelo menos 126 detentos já morreram  este ano em rebeliões em vários municípios.

Nos estados onde as estatísticas de crimes ocorridos neste ano já foram divulgados – pelo poder público, organizações não governamentais ou imprensa local – o aumento de assassinatos já foi detectado. Caso, por exemplo, do Ceará, onde já foram registrados 429 homicídios entre 1º de janeiro e 7 de fevereiro, uma média de 11 homicídios por dia contra a média do ano passado, que foi de 7,7. Em Pernambuco foram 426 mortes violentas – sendo 40 somente entre os dias 20 e 30. Os dados de janeiro somam 13,7 mortes por dia, contra a média de 2016, de 12 assassinatos/dia. 

No Rio Grande do Norte, onde também houve  grande chacina este ano, foram 208 mortes em janeiro, o que representa um aumento de 40,13% em relação ao mesmo mês do ano passado.

No Pará, foram 409 mortes violentas. Apenas em 22 de janeiro, em Belém, logo após o assassinato, em uma troca de tiros, do policial militar Rafael Silva da Costa, 29, da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), ocorreram 30 homicídios.

Modelo
No Espírito Santo, apontado até então como modelo de segurança pública no país, a greve da Polícia Militar deixou 147 mortos e centenas de lojas saqueadas e ônibus incendiados, causando enorme surpresa, já que o estado foi um dos poucos que conseguiu reduzir a criminalidade ao fechar 2016 com a menor taxa de homicídios dos últimos 28 anos.  O Acre somou 44 assassinatos no primeiro dia de janeiro, o maior número já registrado no nos últimos quatro anos no mesmo período. 
    
Levantamento da reportagem, feito por meio de notícias sobre balanços e estatísticas, aponta a ocorrência de pelo menos 2.029 mortes em janeiro e na primeira semana de fevereiro. 

Na Bahia e em São Paulo duas chacinas deixaram 21 mortos. Na maioria absoluta dos outros estados da federação, as estatísticas sobre esse tipo de crime não são divulgadas mensalmente. Geralmente, o balanço é trimestral ou anual, por isso não há números oficiais de todos os casos registrados no país.

Para o coordenador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança (Nevis) da Universidade de Brasília (UnB), Arthur Trindade, que enfrentou uma greve da Polícia Civil quando foi secretário de Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal, a violência do começo do ano faz parte do desvio padrão da segurança pública brasileira, que há tempos sofre com problemas graves, como superlotação dos presídios, encarceramento em massa e falta de políticas e gestão eficazes para combater a criminalidade. Para ele, a cobertura da greve acaba contribuindo para aumentar a sensação de pânico na população, mas os números não devem se manter altos, embora não fora do padrão que vem sendo registrado nos últimos anos.

De acordo com o sociólogo, todos esses problemas registrados no começo deste ano são um reflexo de uma mazela da segurança pública brasileira, que é o ‘”caos do sistema prisional”, e também de outro grave problema, que é a greve das polícias, que torna reféns os governos estaduais. “E têm como pano de fundo a quebradeira (financeira) dos estados e municípios”. O temor, segundo ele, é de que a greve dos policiais se espalhe pelos estados onde a PM remunera muito mal. “É muito possível que essa greve tenha um efeito cascata e se espalhe para outros estados”, alerta.

Desemprego pode agravar violência
Para o pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Daniel Cerqueira, o sistema de segurança no Brasil enfrenta uma crise não é de hoje e a situação pode piorar com o agravamento do desemprego, principalmente entre jovens. Para ele, desde o começo da crise, tem sido verificado um aumento nas taxas de crimes em muitos estados, afirma.

Segundo ele, se os governos não investirem em programas consistentes de prevenção ao crime com o aumento de oportunidades para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade – junto à organização de um sistema de repressão qualificada, que privilegie a inteligência policial e o respeito aos direitos de cidadania – as melhores chances de reversão desse quadro se darão apenas a partir de 2023, quando a proporção de homens jovens na população diminuirá muito.

Recorde
Um estudo do Ipea, feito em 2015 sobre cenários da segurança pública no país, aponta uma relação entre a criminalidade e o desemprego, que bateu recorde no Brasil este ano, com 12% da população sem vaga no mercado, principalmente os jovens. Daniel Cerqueira aponta que, a cada 1% de aumento na taxa de desemprego entre os homens, a taxa de homicídio no município tende a aumentar 2,1%.

“Não há dúvida de que o sistema de segurança pública no Brasil está em crise desde a década de 1980. Vários elementos são avassaladores para evidenciar isso, começando pelo assassinato de mais de 60 mil pessoas a cada ano (o que corresponde a 12% do total de homicídios no mundo), passando pela baixíssima taxa de elucidação de apenas 8% dos homicídios (que decreta o atestado de óbito da investigação policial) e chegando ao despreparo e ao excesso de uso da força pelas polícias militares, que vitimam desnecessariamente muitos civis e contribuem, reciprocamente, para  morte de muitos policiais”, afirma Daniel, um dos organizadores do Atlas da Violência 2016.

Ele diz ainda que o reflexo da miséria da segurança pública no Brasil é um sistema prisional absolutamente caótico e falido, no qual 40% dos 640 mil detentos nem sequer passaram na frente de um juiz, e o estado é o primeiro a descumprir a Lei de Execuções Penais. “O resultado, para além das tragédias humanas e familiares, é um custo econômico anual que corresponde a 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ou um desperdício de cerca de R$ 350 bilhões”, afirma o especialista.


Rebeldes sírios colocam em dúvida participação em conversas de paz no Cazaquistão

Rebeldes sírios colocaram em dúvida nesta segunda-feira a participação nesta semana das conversas no Cazaquistão apoiadas pela Rússia, acusando Moscou de ter fracassado em fazer com que o governo de Damasco cumprisse por completo o acordo de cessar-fogo ou implementasse gestos de boa vontade, como libertação de prisioneiros.
O governo cazaque informou no sábado que convidou o governo sírio e delegações rebeldes para um encontro em 15 e 16 de fevereiro. Os lados participaram de um encontro similar e indireto na capital cazaque, Astana, no mês passado.
Mohammad Al Aboud, autoridade rebelde sênior, disse que a delegação não estará presente. "Houve violações no cessar-fogo e os russos não cumpriram a promessa de interromper estas violações", disse Al Aboud à Reuters.
Uma segunda autoridade rebelde, falando sob a condição de anonimato, disse que no máximo poucos rebeldes poderão participar, mas somente se for verificado algum progresso nos próximos dois dias. "A delegação (completa) não irá", disse.

Explosão em cidade no centro do Paquistão deixa mortos e feridos

Incidente ocorreu em Lahore, na província de Punjab, no início da noite desta segunda-feira (no horário local). Ao menos 10 pessoas morreram e 60 ficaram feridas.

uma explosão no centro da cidade Lahore, na província de Punjab, região central do Paquistão, deixou pelo menos 10 mortos e 60 feridos nesta segunda-feira (13), segundo a agência France Presse.
A explosão aconteceu no momento em que centenas de pessoas realizavam um protesto em frente à sede do poder legislativo da província, informaram jornalistas locais.
Em março de 2016, a cidade foi alvo de um violento ataque, matando pelo menos 69 pessoas e deixando 341 feridas em um parque de diversões, no domingo de Páscoa.

Risco de colapso em barragem na Califórnia provoca saída de mais de 188 mil pessoas

Fenda se abriu em vertedouro da barragem de Oroville, a maior do país. Estradas ficaram lotadas.


O Risco de colapso da barragem de Oroville, na Califórnia, fez com que ao menos 188 mil pessoas deixassem suas casas desde domingo (12). As autoridades temem que os danos no vertedouro da barragem mais alta do país, provoquem uma inundação nas áreas próximas e atinja comunidades rurais ao longo do rio Feather.
O Departamento de Recursos Hídricos da Califórnia chegou a informar no Twitter por volta das 16h30, no horário local, que era previsto que o vertedouro próximo à represa "falhasse na próxima hora".
Helicópteros passaram a jogar rochas em uma fenda aberta em um muro de contenção do vertedouro em uma tentativa de evitar que a água escape. As autoridades também liberaram água para diminuir o nível do lago após semanas de fortes chuvas no Estado.
Aparentemente, a estratégia tem dado resultado: a quantidade de água que estava vazando recuou desde que as autoridades emitiram ordens de evacuação. Ainda de acordo com a CNN, a represa permanece intacta.
Na quinta-feira (9), engenheiros começaram a perceber que algo estava errado depois de ver pedaços de concreto se deslocaram.
O governador da Califórnia, Jerry Brown, emitiu uma ordem de emergência do estado para ajudar as autoridades locais com a situação de emergência e as evacuações. Centros de acolhida foram montados, mas as estradas que saem de Oroville, que tem mais de 16 mil habitantes, ficaram congestionadas.

Temer diz que afastará ministros que virarem réus na Lava Jato

O presidente Michel Temer disse hoje (13) que ministros que se tornarem réus na Operação Lava Jato serão afastados do cargo. Caso sejam apenas denunciados, desde que por meio de um conjunto de provas que possam ser acolhidas, eles serão afastados provisoriamente.
“Se houver denúncia, o que significa um conjunto de provas que eventualmente possam conduzir ao seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado na Lava Jato será afastado provisoriamente. Depois, se acolhida a denúncia, e aí sim, o ministro se transformar em réu da Lava Jato, o afastamento é definitivo”, disse Temer.
“Se alguém se converter em réu estará afastado independentemente do julgamento final”, acrescentou. “Faço essa declaração para dizer que o governo não quer e não vai blindar ninguém. Apenas não pode aceitar que a simples menção inauguradora de um inquérito, para depois inaugurar uma denúncia, para depois inaugurar um processo, já seja de igual motivo a incriminá-lo em definitivo e em consequência afastar o eventual ministro.”
Greve
Temer informou ainda que a Casa Civil está finalizando um projeto de lei que vai regulamentar o direito à greve no caso de serviços considerados essenciais, tanto no âmbito federal como estadual e municipal.
“Vocês sabem que certos serviços essenciais não podem ficar paralisados. Embora haja muitos projetos correndo no Congresso Nacional, vamos adicionar mais um projeto a ser examinado pelo Congresso Nacional. Todos sabemos que o STF em vários momentos já se manifestou sobre essa matéria em face da omissão, da não realização ou da não aprovação de um projeto disciplinador no texto constitucional”, justificou o presidente.
Temer ressaltou que o caso nada tem a ver com a paralisação dos policiais militares no Espírito Santo, onde manifestações de familiares e esposas de policiais impede o policiamento nas ruas. O presidente explicou que, por disposição constitucional, policiais militares já não podem fazer greve e nem se sindicalizar.
“Portanto o que lá houve por força de um movimento encabeçado pelas senhoras foi uma insurgência contra o texto constitucional. De resto, se outros episódios vierem a verificar-se, aplicar-se-á o texto constitucional”, disse Temer.
O presidente disse que, diante disso, o governo federal resolveu colocar as Forças Armadas à disposição “de toda e qualquer hipótese de desordem nos estados da federação brasileira”.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O INFERNO A Pior Dor que EXISTE

Trump defende veto migratório e diz que justiça dos EUA parece estar politizada

Governo trava no momento uma batalha jurídica para reverter o bloqueio em caráter liminar da medida.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (8) que a justiça do país parece estar politizada e defendeu a legalidade de seu veto migratório contra todos os refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana, segundo a Efe. O governo trava no momento uma batalha jurídica para reverter o bloqueio em caráter liminar da medida.
"Não quero chamar um tribunal de relaxado, então não chamarei de relaxado. Mas os tribunais parecem ser muito políticos. Nossa segurança está em risco hoje", sustentou Trump em discurso durante uma conferência de chefes de polícia e oficiais das forças da ordem, em Washington.
No mesmo evento, Trump disse que até um aluno de “ensino médio de escola ruim” seria a favor do veto a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, segundo a rede americana CNN.
Na terça (7), o governo apresentou os argumentos para defender a medida no Tribunal de Apelações dos Estados Unidos. A corte disse que irá emitir um veredicto o mais rápido possível. É provável que o debate vá parar na Suprema Corte.

Não é a primeira vez que Trump critica a decisão de o juiz federal de Seattle James Robart de bloquear o veto a entrada de cidadãos vindos de: Irã, Iraque, Síria, Sudão, Somália, Líbia e Iêmen. No sábado (4), o presidente classificou como "ridícula" a decisão judicial divulgada desde a sexta-feira (3). "A opinião desse suposto juiz, que essencialmente leva a aplicação da lei para longe do nosso país, é ridícula e será anulada". O presidente argumentou ainda que "certos países do Oriente Médio concordam com a proibição".

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Assembleia definirá greve da Polícia Civil no ES

O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), Humberto Mileip, afirmou que, depois dos policiais militares, os civis também poderão entrar em greve no Espírito Santo. "Nosso salário é um dos mais baixos do Brasil. Nos últimos anos, não houve recomposição por causa da inflação", justifica. 
Uma assembleia da categoria foi marcada para quinta-feira. Acionado, o governo do Espírito Santo afirmou nem ter conhecimento da possibilidade de paralisação anunciada pelo sindicato. Em vídeo, o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, afirmou que as delegados do Estado dão apoio "incondicional" ao governo e, no momento, a corporação se empenha para apurar as causas dos homicídios e crimes contra o patrimônio. "E não vamos descansar enquanto não descobrirmos os autores desses crimes bárbaros. É o nosso compromisso com a sociedade capixaba." 
Em nota, o sindicato dos policiais civis se solidarizou com os militares e alertou filiados a como procederem durante a paralisação do policiamento no Estado. "Diante do justo, legítimo e necessário movimento realizado pelos familiares dos policiais militares do Estado do Espírito Santo, que provocou o aquartelamento, o Sindipol-ES alerta os policiais civis e toda sociedade que a estrutura da segurança pública do Estado está comprometida. Por isso, o Sindicato pede que os policiais civis não arrisquem suas vidas e aceitem desvios de função".
O texto diz ainda que o sindicato "entende que os policiais civis que desempenham suas atribuições de polícia judiciária e nas ruas também dependem dos profissionais da coirmã Policia Militar para realizar um trabalho digno e com segurança para si e para a sociedade. Desta maneira, alertamos para que os policiais civis não coloquem suas vidas em risco". O comunicado termina com a frase "lembrem-se: segurança nunca é demais".

Trump diz que vai permitir aqueles que "querem amar o nosso país"

Tampa, Flórida, 07 - O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu ontem permitir apenas as pessoas que "amem o nosso país" dentro dos Estados Unidos, defendendo suas restrições de imigração e de refugiados quando fez sua primeira visita na Base Aérea de MacDill em Tampa, na Flórida.

Trump reafirmou o seu apoio à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) perante os líderes militares e fez seu discurso com referências à segurança interna em meio a uma batalha judicial sobre sua proibição de viagem a pessoas de sete países majoritariamente muçulmanos. Ele não se referiu diretamente ao caso que agora está na Suprema Corte, após um tribunal suspender temporariamente a proibição. A decisão está prevista para sair hoje à tarde.

"Precisamos de programas fortes" para que "pessoas que nos amem e queiram amar o nosso país sejam permitidos e aqueles que querem nos destruir e destruir nosso país sejam mantidos fora", disse Trump.

"A liberdade, segurança e justiça prevalecerão", acrescentou Trump. "Nós derrotaremos o terrorismo islâmico radical e não vamos permitir ele em nosso país".

Mais tarde, em seu Twitter, Trump escreveu: "A ameaça do terrorismo islâmico radical é muito real, basta olhar para o que está acontecendo na Europa e no Oriente Médio. Os tribunais devem agir rápido!

Lei israelense a favor dos colonos revolta palestinos e pacifistas

A nova lei israelense a favor dos colonos, denunciada como um crime de guerra por seus detratores, provoca indignação entre os palestinos e os pacifistas.
Pouco depois da adoção da lei, na madrugada desta terça, os palestinos pediram de imediato à comunidade internacional que sancione Israel.
Os defensores dos direitos humanos e da causa palestina anunciam, além disso, que apelarão ao Supremo Tribunal israelense para que o texto seja anulado.
O Parlamento israelense aprovou a polêmica lei que legaliza dezenas de colônias judaicas construídas em territórios privados na Cisjordânia ocupada.
Aprovada por 60 votos contra 52, a lei passou na terceira e última leitura, depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter dito que informou o governo americano sobre o tema.
No entanto, a administração Trump ainda não se pronunciou a respeito.
A Organização para Libertação da Palestina (OLP), por sua vez, reagiu, declarando que a nova lei israelense "legaliza o roubo" de terras palestinas.
Em nota, a OLP afirma que a lei atesta "a vontade do governo israelense de destruir qualquer chance de solução política", acrescentando que "a empreitada de colonização de Israel é um entrave para a paz e para a possibilidade de uma solução de dois Estados".
Já o líder trabalhista israelense Isaac Herzog advertiu que a lei poderá levar alguns israelenses a serem indiciados pelo Tribunal Penal Internacional (CPI).
A falta de reação americana contrasta com a onda de indignação, e também com as críticas à colonização que caracterizava a política do ex-presidente americano Barack Obama.
A lei autoriza o Estado a declarar como terras israelenses terrenos particulares palestinos na Cisjordânia ocupada, onde os israelenses construíram sem autorização.
Os proprietários palestinos serão indenizados financeiramente ou com outros terrenos.
Segundo seus promotores, esta lei protegerá os colonos de expulsões como a da semana passada na colônia de Amona.
A lei também poderá legalizar 53 colônias consideradas "selvagens" e desapropriar 800 hectares de terras palestinas, segundo a organização Paz Agora.
"Com esta lei, Netanyahu converte o roubo em uma política oficial de Israel", denunciou a ONG.
- Amona -
Na segunda-feira, Israel começou a desmantelar Amona, a colônia na Cisjordânia que esteve no centro de uma batalha política e legal por vários anos.
A maioria das construções de Amona era pré-fabricada.
Na quarta e quinta-feira da semana passada, centenas de policiais israelenses retiraram os últimos moradores - de um total de entre 200 e 300. Eles haviam decidido permanecer na área, apesar das ordens para deixarem o local.
A grande maioria dos colonos se retirou de forma pacífica.
Os policiais usaram a força, porém, para pressionar a retirada de centenas de jovens que chegaram de colônias vizinhas com a convicção de que essas terras da Cisjordânia - território palestino ocupado por Israel desde 1967 - são israelenses segundo a Bíblia.
Em 2014, a Suprema Corte israelense ordenou a evacuação de Amona, tida como ilegal por estar construída em terras privadas palestinas.
Já a ONU considera todas as colônias ilegais, assim como um obstáculo para a paz entre israelenses e palestinos.
A Suprema Corte deu ao governo israelense até 8 de fevereiro para que toda a área fosse liberada.
A situação de Amona serviu de inspiração para o projeto de lei que permitirá a Israel se apropriar de centenas de hectares de terras palestinas e legalizar - de acordo com o Direito israelense - dezenas de colônias ditas "selvagens". O objetivo é evitar o mesmo destino que Amona.
Amona levou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a prometer, como compensação, a criação de uma nova colônia - a primeira promovida pelo governo nos últimos 25 anos.
O caso de Amona cristalizou a problemática questão da colonização no momento crucial da chegada de Donald Trump à Casa Branca. O republicano é considerado mais favorável às posições israelenses do que seu antecessor Barack Obama.
Desde que Trump assumiu o poder em 20 de janeiro, Israel fez cinco novos anúncios de colonização.
Na segunda-feira à noite, o Departamento de Estado americano se negou a tomar uma posição sobre a nova lei.
"A administração deve ter a oportunidade de consultar plenamente todas as partes a respeito do caminho a seguir", disse à AFP uma fonte do Departamento que pediu anonimato.
"Neste ponto, as indicações mostram que é provável que esta legislação seja revisada pelos tribunais israelenses competentes e a administração de Trump não fará comentários a respeito até a decisão do tribunal pertinente", destacou.
Mas muitos defensores dos colonos acreditam que estas terras pertencem a Israel desde os tempos bíblicos, independente do que a justiça disser.
"Toda a terra de Israel pertence ao povo judeu", afirmou o ministro das Ciências, Ofir Akunis.
Os detratores do texto temem que seja um passo a mais para a anexação da Cisjordânia.
"É uma prova de que o governo racista e extremista de Netanyahu destrói deliberadamente a possibilidade da paz", afirmou a dirigente palestina Hanan Ashrawi.