quinta-feira, 16 de março de 2017

Oito feridos em tiroteio em escola secundária na França

Oito pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em um tiroteio ocorrido em um colégio secundário de Grasse, sudeste da França, e que tinha como alvo os próprios alunos.
Um aluno do estabelecimento, de 17 anos, armado com um fuzil, duas pistolas e duas granadas, foi detido depois do incidente registrado na escola secundária Tocqueville, provocando pânico em meio ao clima de tensão na França desde os atentados terroristas de 2015 e 2016.
"Não há qualquer indício de ligação com o terrorismo", declarou a procuradora de Grasse, Fabienne Atzori, durante uma coletiva de imprensa.
As motivações do adolescente, que não resistiu à prisão, "parecem ligadas às péssimas relações que tinha com os outros alunos", acrescentou.
"Trata-se, visivelmente, de um ato louco de um jovem frágil e fascinado por armas de fogo", considerou, por sua vez, a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem. O jovem foi colocado em detenção provisória "por tentativas de assassinatos".
"Passamos perto do pior", ressaltou a ministra, elogiando a coragem do diretor do estabelecimento "que se precipitou para detê-lo: ele foi um herói (...) e foi assim que ele foi ferido a tiros".
O estudante "entrou no estabelecimento por volta das 12h30 (8h30 de Brasília), armado com um fuzil de caça", segundo as autoridades locais.
"Ele agrediu, por razões que ainda não foram esclaredidas, o diretor e três colegas", indicaram.
O suspeito poderia sofrer de "problemas psicológicos", afirmou o presidente da região Provence-Alpes-Côte d'Azur, Christian Estrosi.
Como medida de segurança, as autoridades ordenaram o fechamento de todos os centros escolares dessa localidade conhecida por seus perfumes e situada 40 km a oeste de Nice. Alunos, professores e funcionários receberam ordem de ficar dentro das escolas.
"Aos alunos pedimos que fiquem na escola e se acalmem", informaram as autoridades locais.
Funcionários públicos locais disseram à AFP que vários alunos chegaram a fugir e procuraram refúgio em um supermercado próximo, o que acabou criando pânico e rumores de um ataque.
A França se encontra em estado de emergência depois de uma onda de atentados jihadistas que deixou 238 desde janeiro de 2015.
- Segurança reforçada -
Desde o início das aulas, em setembro, a segurança em torno dos 64.000 estabelecimentos escolares do país foi reforçada, com a mobilização de mais de 3.000 reservistas.
O tiroteio acontece a menos de 40 dias das eleições presidenciais, nas quais Marine Le Pen, da extrema-esquerda, parte como favorita no primeiro turno.
Também aconteceu horas depois da explosão de uma carta-bomba no escritório do FMI em Paris, que foi caracterizado como um atentado pelo presidente francês François Hollande.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também emitiu um comunicado condenando o que chamou de ato de violência.
Segundo as primeiras informações, a vítima é uma assistente da direção, que teria ficado ferida nas mãos e no rosto depois de abrir uma carta-bomba. Os funcionários foram retirados das instalações por medida de proteção.
A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação por tentativa de assassinato em um ato terrorista.
A França já vivenciou ataques a suas escolas.
Em 2012, Mohamed Merah, um extremista de 23 anos, matou três crianças e um professo em uma escola judia da cidade de Toulouse (sudoeste).

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