Paris pede a Washington coordenação de sanções contra Rússia
A França pediu hoje aos Estados Unidos para "respeitar a coordenação necessária" com os seus parceiros europeus, após a aprovação pelo Senado de um projeto de novas sanções norte-americanas contra a Rússia, que podem penalizar empresas europeias.
Há vários anos que sublinhamos junto dos Estados Unidos as dificuldades que suscitam as legislações de alcance extraterritorial", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Em questões relacionadas com a segurança e com a política industrial europeia, esperamos que os Estados Unidos respeitem a coordenação necessária, nomeadamente no quadro do G7" (grupo dos sete países mais industrializados), adiantou.
O Senado norte-americano aprovou na quinta-feira quase por unanimidade uma proposta de lei com novas sanções contra a Rússia, que terá ainda de ser analisada e aprovada pela Câmara dos Representantes.
O porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, também disse hoje que Berlim "rejeita sanções com consequências extraterritoriais".
Steffen Seibert indicou que Merkel está "substancialmente de acordo" com as preocupações e convicções expressas num comunicado conjunto do seu chefe da diplomacia, Sigmar Gabriel, e do chanceler austríaco, Christian Kern, sobre a questão e divulgado na quinta-feira.
Sigmar e Kern consideraram que as medidas podem penalizar "empresas europeias, envolvidas no alargamento de um projeto destinado ao abastecimento energético".
Os responsáveis referem concretamente o projeto do gasoduto Nord-Stream II, no qual participa a Rússia, e do qual dependem "milhares de postos de trabalho", além do abastecimento energético da Europa.
O novo gasoduto, ligando a Rússia à Alemanha e passando pelo mar Báltico, duplicará em 2019 a quantidade de gás russo que chega à Alemanha pelo Nord-Stream I.
Na sua construção estão envolvidos o consórcio russo Gazprom, bem como a empresa francesa Engie, as alemãs Uniper e Wintershall, a austríaca OMV e a holandesa Shell.
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