quinta-feira, 15 de junho de 2017

SENADOR DOS EUA

Senado dos EUA aprova novas sanções contra Rússia

O Secretário de Estado dos EUA Rex Tillerson se queixou da medida, que classificou como um potencial impedimento ao diálogo com Moscou.


O Senado dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira (14) a imposição de mais sanções contra a Rússia por sua suposta ingerência nas eleições presidenciais de 2016. O Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, tinha alertado que essa medida poderia impedir um "diálogo construtivo" com Moscou.
Por 97 votos a favor e apenas dois contra, os senadores validaram um plano bipartidário sobre a Rússia. Um texto que será incluído em outra lei com sanções ao Irã que a câmara alta pode aprovar esta semana.
O plano, que necessita ainda da autorização da Câmara dos Representantes e da Casa Branca, ampliaria as sanções aos setores de defesa e inteligência militar da Rússia e aos responsáveis pelos ciberataques, e limitaria a capacidade do presidente Donald Trump de suspender essas restrições.
Tillerson expressou nesta semana sua reticência sobre esse pacote de sanções, salientando como poderiam pôr em perigo o esforço que ele lidera para endireitar as relações com Moscou, em particular no contexto da guerra na Síria.
"Peço ao Congresso para assegurar-se que qualquer legislação permita ao presidente ter a flexibilidade para ajustar as sanções para adaptar-se às necessidades do que sempre é uma situação diplomática mutável", disse hoje Tillerson durante uma audiência perante o Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara.
"Pedimos flexibilidade para aumentar a temperatura quando seja necessário, mas também para assegurar-nos que podemos manter um diálogo construtivo", acrescentou o chanceler dos EUA.

O plano aprovado pelo Senado imporia novas sanções a quem efetua "atividades cibernéticas maliciosas" em nome de Moscou, a quem fornece armas ao governo do presidente sírio, Bashar al Assad, e a pessoas vinculadas aos setores de inteligência e defesa da Rússia, entre outras.
O acordo também dá ao Congresso 30 dias - ou 60 dias se for próximo ao recesso de agosto - para revisar e potencialmente bloquear a ação de Trump, caso o presidente decida suspender ou reduzir as sanções contra Moscou.
Além disso, o acordo complica a suspensão das sanções já impostas à Rússia durante o governo do presidente anterior, Barack Obama, e permite estendê-las a outros setores da economia russa.
"É hora de responder ao ataque russo à democracia americana com força, com determinação, com unidade e com ação", disse o senador republicano John McCain antes da votação no plenário do Senado.
A ação do Senado acontece em meio às investigações no Congresso e no Departamento de Justiça sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais, e os possíveis laços com Moscou do comitê de campanha de Trump.

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